De férias no Haiti

Quarto dia Nenhum Sinal de bichos. Acordamos no mesmo horário de sempre e fomos para o primeiro orfanato. Hoje nós introduzimos atividades educacionais com as crianças onde a gente mostrava algumas datas comemorativas do Brasil (reveillon de Copacabana, carnaval, festa junina e independência) e eles mostravam, através de desenhos e canções, a cultura haitiana. Foi muito legal e arrepiante ver o lado deles da história. Um fator interessante, foi que muitos deles, desenharam o portão do orfanato, pois a maioria não saía de lá e isso era a visão do Haiti para eles. Como todos os dias, fizemos o lanche  (que eles amam e comem com muita vontade), brincamos e fomos para a ONG.     Almoçamos e partimos para o proximo. Como ontem, eu fui em um e não fui no outro. Hoje nós invertemos. Fui no menor dos orfanatos: Love and Hope. O nome mesmo já diz tudo daquelas crianças: amor e esperança  Dava pra ver claramente que a dona tinha mais dinheiro que os outros, então ...

Terceiro Dia         Nenhum sinal de bichos. Acordamos 7:20 para sairmos 8:30. Dia de vermifugar todas as crianças. Fomos no primeiro orfanato New Covenant. Separamos em grupos, 1/3 dando remédio, 1/3 brincando com as crianças na fila e 1/3 na recreação. Eu fiquei nessa ultima parte e foi demais. Primeiro a gente pintava o rosto de todos que iam chegando. Quanto mais gente ia tendo, maior era a brincadeira. No final estava todo mundo cheio de tinta!        Fizemos morto vivo (mort vivant) que eles adoram e dá pra todos brincarem! Alguns jogaram bola, outros brincaram de massinha e uma das voluntárias levou flautas para tocar música com eles! Nesse orfanato, além das crianças serem extremamente carentes, eram muitas, então foi mais difícil.       Voltamos para a ONG, almoçamos e seguimos pro próximo: La Semence. Com a divisão dos grupos, depois do vermífugos, metade ficou na recreação (o meu caso) e a outra parte foi p...

 Segundo dia         Nenhum sinal de bichos. Acordamos as 6:10 para sairmos as 7:10. Começaremos a nossa aventura no primeiro orfanato de Onaville: New Covenant. Ele fica bem pertinho da ONG, então chegamos rápido.          Fomos mais cedo do que iríamos nos próximos dias por conta da missa de domingo que é acompanhada por uma linda reza que as próprias crianças cantam. Chegamos com essa cena. Emoção na certa! Todos nos olharam como se estivessem perguntando, quem são vocês? Ficamos em torno de uma hora e meia assistindo a missa. Não entendia nada quando falavam, mas no canto, só de ver as crianças cantando já fiquei com o olho cheio d'água. Ficamos brincando, dançando e conhecendo um pouco delas.              O local era bem carente, os quartos com beliches e as salas de aula só de banco e mesinhas que eram feitas de madeira. Eles eram muito carinhosos, abraçaram, seguraram a n...

Muita gente acha que trabalho voluntário é algo que é só vir e fazer a sua parte. Nós aprendemos que é muito mais que isso. Ser voluntário envolve você ir para uma realidade completamente diferente da sua, em que você tem que enfrentar desde muitos medos até o seu limite emocional. A cada dia, nós vimos crianças lindas, brincando, se divertindo mas todas tendo uma situação péssima, sujas e muito magras. Cada momento lá é algum aprendizado novo, algo a mais que a gente começa a dar valor. Nós somos pessoas que vivemos em uma ótima realidade, então, qualquer coisa que pareça ameaçadora ou vá além dos nossos limites deixa tudo parecendo muito mais assustador. Ir  pro Haiti, significou vivenciar o dia a dia de um dos locais mais pobres do mundo, onde ocorrem muitos problemas como terremoto, tsunami, furacão, e onde tivemos que dormir em um quarto em que a qualquer momento poderiam aparecer baratas, ratos, etc. O chuveiro e a pia só possuíam água salobra (e olha que nós estávamos em óti...

Primeiro dia           Nossa aventura se iniciou indo da República Dominicana (Santo Domingo) para o Haiti de ônibus. Vamos começar falando de Santo Domingo, cidade em que dormimos num hostel (muito bom por sinal). Acordamos as 5:40 para sairmos 6:15 e apesar de alguns contratempos por ser um local bem confuso, as pessoas foram bem prestativas. Chegamos na rodoviaria e fomos direto comprar as passagens ($115 ida e volta) e embarcamos. Cada uma de nós tinha em torno de duas malas por conta das doações que estávamos levando, então tivemos uma pequena dificuldade pois tinhamos muita coisa para carregar.          Ir de ônibus pro Haiti foi algo diferente. A viagem é bastante demorada (algo em torno de 8 horas) e o ônibus até parecia um pouco com os nossos, porém, a comida e a água era fornecida por eles e o banheiro era bem ruim, pois não havia descarga. Com o tempo o xixi ia acumulando no “vaso”.    ...

SOBRE A VIAGEM Pra quem não sabe, o Haiti está entre os países mais pobres do mundo. Após o terremoto de 2010, a situação só se agravou. Fomos em 3 orfanatos junto com a ajuda da empresa VV (Volunteer Vacations). Ficamos na ONG VivaRio, que deu todo o suporte necessário e com a ajuda de amigos e familiares no Brasil, levamos muitas doações. Foram um total de 2875 mil dólares, 869 albendazois (vermífugo), 464 escovas de dente, 493 pastas de dente, 182 sabonetes e muitos brinquedos e materiais escolares. Tudo isso juntado por um grupo de 15 mulheres incríveis, em que cada uma foi com a mesma vontade de dar o máximo de si. Nós iremos compartilhar por aqui toda a nossa experiência, pela primeira vez fazendo um trabalho voluntário no Haiti sendo moradoras da Zona Sul do Rio de Janeiro. QUEM SOU EU Uma menina do Rio de Janeiro, se jogando no mundo. Me chamo Lara Avellar, tenho 19 anos e resolvi tirar um tempinho antes de começar a faculdade para fazer coisas diferentes do que costuma...

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